terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mensagem de Irina Bokova por ocasião do Dia Internacional de Comemoração em Memória das vítimas do Holocausto


Campo de concentração de Auschwitz

Cada aniversário da libertação do campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, recorda-nos com horror, as atrocidades que foram cometidas pelo regime nazi e os seus seguidores. Este colapso nos valores que sustentam a nossa humanidade, recorda-nos a fragilidade da paz e a urgência em fortalecer os pilares da tolerância, o respeito pelos outros e pelos direitos humanos. Esta obrigação aplica-se a todos os países, no presente, e no futuro.
Auschwitz-Birkenau, e o seu sistema de extermínio, representam um ponto culminante na destruição de seres humanos por outros seres humanos. Em nome de uma ideologia racista, onde o ódio aos judeus era o elemento central, pessoas de todas as idades e condições, foram sistematicamente assassinadas numa escala mundial, apenas porque eram judeus. Milhões de outras pessoas, que devido a uma suposta inferioridade racial, ideias ou por outros motivos, foram perseguidas e mortas pelos nazis e os seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial.
O genocídio do povo judeu procurou eliminar um património cultural europeu secular. A UNESCO presta homenagem às vítimas sem sepultura que serão condenadas uma segunda vez se forem esquecidas pela história. A UNESCO presta também homenagem aos sobreviventes, alguns dos quais partilham os seus testemunhos nas escolas. 
Quanto mais esta tragédia se afasta de nós no tempo, e há medida que os sobreviventes desaparecem, maior será a necessidade de ensinar o significado desta história no presente. O Holocausto mostra o quão longe pode chegar o ódio. Também nos recorda que a loucura de alguns também é seguida pela ignorância e indiferença de outros, que, por falta de conhecimento histórico, não conseguem prestar atenção aos sinais de extrema violência. Esse risco permanece hoje em dia. Aqueles que negam ou relativizam os crimes do Holocausto, procuram perpetuar as causas do genocídio e de reviver a violência. A Educação continua a ser o último bastião para nos proteger contra essa ameaça e é aqui que a missão da UNESCO assume o seu pleno significado.
A memória deve ser o primeiro passo de um esforço comum para prevenir qualquer genocídio e qualquer repetição de uma nova violência em massa. Por isso, a UNESCO está a ajudar os Estados a integrar essas questões difíceis nas suas prioridades, desenvolvendo Cátedras UNESCO sobre este tema, e a apoiar a conceção e avaliação de conteúdos educativos.
Neste dia, chamo todos os Estados membros da UNESCO a preservar e a disseminar o conhecimento desta história, e a combater todas as formas de racismo e antissemitismo. Ensinar sobre o Holocausto é uma forma real de combater a intolerância e o preconceito em todo o mundo, tomando a propriedade de uma história que lança a luz sobre a nossa humanidade comum.
A UNESCO foi criada na esteira do Holocausto, na convicção de que uma paz duradoura deve basear-se na compreensão mútua dos povos e das culturas, através da educação e da partilha de conhecimentos, de forma a destacar o que de melhor existe dentro de nós.
O Holocausto mostrou-nos o pior de nós próprios, e a lembrança das vítimas deve acompanhar-nos na nossa busca de um mundo onde tais horrores nunca mais reaparecerão.

Irina Bokova
Diretora Geral da UNESCO

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Dia Internacional das Vítimas do Holocausto


Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, através da Resolução 60/7, de 1 de novembro de 2005. Foi neste âmbito, e na sequência da Resolução aprovada pelo Parlamento Europeu (2005) que estabeleceu o dia 27 de Janeiro como o Dia Europeu de Memória do Holocausto, que Portugal, também, se associou a esta evocação, através Resolução da Assembleia da República n.º 10/2010, de 2 de fevereiro.



27 de janeiro - Dia Mundial do Holocausto